NO PASSO (E COMPASSO) DA DANÇA!

22/07/2011 12:15

 

Queridos leitores, Attitude!!!

 

 Pas-de-deux!! Pas de bourrée!! Ce n’est Pas de Ballet! Não é balé, mas é dança_ e saltitante. Popular entre as cortes medievais e renascentistas italianas, o “Saltarello” é tema do nosso mais recente vídeo.

 

 A primeira menção a este tipo de dança remonta à Nápoles do século XIII. Com o decorrer dos tempos, o Saltarello tornou-se tanto passo de dança quanto ritmo musical. Mas nem só de saltos vive a dança. Ainda que a música profana estivesse presente em diversas comemorações da era medieval, a História da Dança encontrou, na Idade Média, momento de ruptura.

 

 Durante os anos compreendidos entre a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.c.) e a queda de Constantinopla (1453 d.c), a influência da Igreja Católica estendeu-se pela velha Europa moldando-lhe a forma de pensar e agir. No campo das artes, predominou a temática religiosa. A dança, plenamente utilizada em rituais da antiguidade, como forma de adoração a deuses, encontrou, nos princípios da Igreja, severos censores. Na música, especificamente, a Igreja introduziu novo gênero a ser empregado nos rituais litúrgicos: o cantochão_ musica vocal, monódica, cantada por homens. Posteriormente, o papa Gregório I introduziu a este estilo determinadas reformas e o cantochão passou a denominar-se canto gregoriano _ ainda empregado nos dias atuais.

 

Mas as manifestações profanas não foram totalmente subjugadas. Como já dizia o poeta Augusto dos Anjos, em seu poema “Contrastes”: “O que o homem ama e o que o homem abomina /Tudo convém para o homem ser completo... Eu sei tudo isso mais do que o Eclesiastes.” Se hoje nós conhecemos um pouco mais a respeito das manifestações musicais profanas da era medieval, foram graças a coletâneas manuscritas, conhecidas como cancioneiros. Nelas, ficaram registros de cantigas de amigo, de amor, satíricas, de escárnio e de mal dizer. Àquele tempo, poesia e música ainda estavam entrelaçadas.

 

Com o fim da Idade Média, presenciamos tanto ruptura no poder inconteste da Igreja como no elo anteriormente existente entre poesia e música, que se tornaram expressões artísticas dissociadas. Nos compassos da dança, o momento que se seguiu à Idade Média foi o de renascimento, mas isso já são passos de outra história!

 

Abraços do ANTIQUE

 

 

Contribuição: Mara Max

 

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